Escrevo O Veneno da Serpente como quem atravessou a própria noite e decidiu não esconder as marcas. Este livro não nasce da imaginação, mas da realidade dura de uma alma em guerra consigo mesma. São mais de vinte anos caminhando entre quedas e tentativas de recomeço, entre escolhas erradas, vícios silenciosos e uma busca desesperada por aceitação que quase apagou tudo o que eu era. O que você encontra aqui é uma confissão madura, escrita aos 43 anos, onde dor e verdade caminham juntas.

Ao longo dessas páginas, falo sobre ciclos que aprisionam, hábitos que corroem por dentro e mentiras que se disfarçam de alívio. Mas este não é um livro sobre derrota. É sobre revelação. Sobre perceber que o veneno que um dia paralisou a alma também expôs a necessidade urgente de cura. Deus não aparece como um espectador distante, mas como Aquele que entra nos escombros e reconstrói o que parecia irrecuperável. A dor deixa de ser apenas sofrimento e passa a fazer parte de um processo redentor.

O Veneno da Serpente é para quem acredita que já passou do limite, que perdeu tempo demais, que não há mais volta. É uma mensagem para os exaustos, os quebrados, os que carregam culpa e vergonha em silêncio. Mesmo depois do alcoolismo, depois da queda e da desilusão, a graça do Senhor ainda encontra espaço para restaurar, ressignificar e dar um novo começo.